Descrição
Edição Digipack
Algures entre Braga e Guimarães, corria o ano de 2002 na Vila de Caldas das Taipas, um grupo de irredutíveis amigos, vindos de projectos entretanto extintos, resolveram criar uma banda: SMARTINI. O objectivo era claro e consistia em resistir ao marasmo musical que rodeava aquela zona da Lusitânia. Munidos de sons assumidamente apoiados por uma estrutura musical que procura descrever paisagens e momentos, sempre baseados numa intuição momentânea e reproduzidos através de rastos melódicos alternados entre palpitações cardíacas incontroláveis e eléctricas, partiram à conquista de Portugal espalhando as suas canções um pouco por todo o lado. As reacções têm sido positivas, não só da parte do público que acorre aos seus concertos, mas também pela crítica especializada. Aliás, o texto que se segue, da autoria do jornalista da revista Blitz, Luís Guerra, é um desses exemplos da boa recepção que os Smartini têm tido:
"... A teoria do eterno retorno é posta em prática em quase uma hora de reminiscências que começa com uma descolagem sem sobressaltos. A máquina recua até 1992 e à nossa frente podiam estar os Sonic Youth sem Kim Gordon mas com as guitarras a cutucarem-se em busca da filigrana perfeita e baixo e bateria a exercitarem-se em volta do diafragma sónico. Há diluição entre a voz de Lourenço Mendes (inexpressiva, de olhos cerrados) e magma melódico, num regime de fluidez planante. Há fome de Yo La Tengo e alternância previsível entre calmaria e raspanço. "Sugar Train", exemplo dessa vivência bipolar, não se limita a rimar com "Sugar Kane" - às vezes são mesmo só os Sonic Youth que ouvimos, sem intersecções. Tudo muito bem ginasticado, em habitat de ganga e despojamento no qual se acomoda, sem sustos, "I Wanna Be Your Dog", versão dos Stooges a respeitar o imperativo da mesmidade (podiam ser os Dinosaur Jr). A aterragem, suave, é aplaudida. 2006 espera por nós à saída. Foram os Smartini e vivem entre Braga e Guimarães."
Assim, e depois de quatro anos a trabalharem canções intercaladas com vários concertos, em 2007 os Smartini lançam o tão esperado álbum de estreia. Intitulado "Sugar Train", o primeiro disco desta banda minhota deverá estar nas prateleiras das lojas durante o mês de Abril. Sobre o álbum, a banda descreve-o como uma espécie de viagem de comboio por entre algumas das regiões mais alternativas da música, quase como se fossem os maquinistas de uma velha locomotiva a vapor que percorre os trilhos de uma linha única rumo ao noise de Glenn Branca, às paisagens sonoras de Yo La Tengo ou à explosão eléctrica dos Sonic Youth. Parafraseando a metáfora, não usam pás nem carvão e muito menos lançam fumo negro para a atmosfera. Usam sim guitarras e lançam sons para a atmosfera musical. Um álbum que debita a energia que tão bem caracteriza os Smartini.
Artista
Smartini é o quarteto português formado em uma aldeia entre Guimarães e Braga, chamada Caldas das Taipas. A formação da banda consiste em Lourenço Mendes (voz e guitarra), Ricardo Costa (baixo), Patrício Ferreira (bateria) e João Paulo Duarte (guitarra). Eles começaram a jogar no início dos anos 90 como Almas Nocturnas e alguns anos depois o começou a agir como Subcultura. Na transição para a década de 2000, João Paulo Duarte se junta à banda complementando-a com um som de guitarra multidimensional, usando os pedais de efeitos. Seu som bens entre suas letras artísticas e o som que se move de sapatagaze e sonic rock.
Faixas
1
Intro
01:45
2
Sugar Train
05:53
3
Idiotic Sense
03:11
4
Bluntness
05:35
5
Free Yourself
03:55
6
Drang Your Place
05:38
7
Glass
06:02
8
April Sky
04:47