Descrição
Costuma dizer-se que “quem sai aos seus não degenera”. Mas, por esta altura do campeonato, já é injusto para Pedro Moutinho voltar a invocar a linhagem a que pertence. Com três álbuns aclamados pela crítica, e um Prémio Amália em carteira, Pedro Moutinho já provou que o caminho que percorre é apenas seu e nada deve ao apelido que partilha com os irmãos Carlos e Hélder.
Em comum com eles, a paixão pelo Fado, que canta desde os onze anos; o rigor na interpretação; a alma e a entrega permanentes. Mas a sensibilidade que as suas gravações revelam, essa, é só sua. E, sem pressas, com confiança, a sua voz e a sua intensidade abriram-lhe espaço próprio, e bem merecido, no panorama actual do Fado.
Desde que, faz agora dez anos, Pedro Moutinho lançou o seu primeiro álbum, “Primeiro Fado” (2003), tem sido sempre a subir, sem nunca olhar para trás. O título do segundo, “Encontro” (2006), foi significativo: foi o disco do encontro com o produtor que o tem ajudado a moldar o seu percurso, Carlos Manuel Proença, viola de referência. Veio depois o terceiro registo, o da confirmação como um valor incontornável, “Um Copo de Sol” (2009). Seguiu-se “Lisboa Mora Aqui” (2011), uma escolha de material dos três discos completada por temas novos.
Agora é o momento de dar um novo passo em frente. Chama-se “O Amor Não Pode Esperar”. É o quarto disco de estúdio e chega às lojas dia 8 de Julho. De novo produzido por Carlos Manuel Proença, mostra a segurança cada vez maior do intérprete, a discrição confiante do percurso.
Nele, Pedro Moutinho demonstra o seu respeito pela herança, presente nos muitos Fados tradicionais que surgem aqui com novas letras (de gente como Aldina Duarte, Manuela de Freitas ou Tiago Torres da Silva). Mas explora também a sua necessidade de desenhar o seu próprio caminho por entre a tradição, mesmo que isso implique fazer-lhe tangentes.
Amélia Muge, que já contribuira para “Um Copo de Sol”, trouxe-lhe dois temas, entre os quais o primeiro single “Rua da Esperança”. E Pedro Moutinho continua a saber escolher as canções que decidiu “afadistar”. Aqui, elas são um clássico da música portuguesa - “Eu Tenho um Fraquinho por Ti”, de Fausto Bordalo Dias - e outro da MPB - “Preciso Aprender a Ser Só”, de Marcos Valle, gravada por gente como Elis Regina ou Maysa Matarazzo.
Tudo isto unido por uma voz de eleição que já provou ser pessoal e intransmissível, por uma entrega que já não pede comparações. Pedro Moutinho já não é irmão de ninguém; é, apenas, Pedro Moutinho. Um dos grandes fadistas da actualidade. E “O Amor Não Pode Esperar” é o seu melhor trabalho. Até agora.
Artista
Faixas
1
Rua Da Esperança
2
Preciso Aprender A Ser Só
3
Longe De Ti
4
Eu Tenho Um Fraquinho Por Ti
5
Fui A Jogo
6
O Teu Perfume
7
Olhos Estranhos
8
Estranha Contradição
9
Sem Tirar Nem Pôr
10
O Riso Que Me Deste
11
Lua Nova
12
Novembro
13
Recordar